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A "desprescrição"

O conhecido e amplamente divulgado aumento da expectativa de vida tem levado a uma consequência, digamos, farmacológica no idoso. Também é sabido que a velhice é a fase da vida quando surgem doenças crônicas cardiovasculares, ósseas, metabólicas e mentais e, em consequência, o número de medicamentos a serem tomados cresce.

Ocorre que juntamente com benefícios dos medicamentos podem vir também os malefícios do excesso deles. A absorção dos remédios, a distribuição deles no organismo, os seus efeitos e a capacidade do organismo de eliminá-los mudam sensivelmente no idoso. Todas essas mudanças podem levar a efeitos colaterais dos mais leves até os mais graves.

O termo polifarmácia é conhecido na geriatria há muito tempo, significando o uso pelo idoso de 5 ou mais medicações. Eu gosto da definição alternativa que define polifarmácia como o uso de qualquer medicamento desnecessário. E aqui ainda podemos considerar os efeitos perigosos da automedicação.

Há alguns anos temos incorporado o termo "desprescrição", que nada mais é do que a retirada do medicamento desnecessário. Por mais contraditório que possa parecer, o tratamento é feito muitas vezes com a suspensão do medicamento. Alguns exemplos de medicamentos que o médico poderia suspender são antiácidos, polivitamínicos, calmantes e outros. Até mesmo anti-hipertensivos podem ser retirados se estiverem em excesso, claro. Porém, tal avaliação da necessidade da continuidade de qualquer medicamento deve ser feita pelo médico, especialmente se tiver esse olhar para a polifarmácia do idoso. Os reflexos na qualidade de vida podem ser surpreendentes.


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